A Comunidade da Rocinha é uma das maiores do Rio de Janeiro, com uma população em torno de 200 mil pessoas. O local foi escolhido porque nos últimos dias apresentou alguns casos de morte em decorrência do Covid-19. A prioridade nessa primeira etapa da ação são as pessoas com mais de 60 anos com doenças pré-existentes, que tiveram contato com casos fatais ou confirmados.
“Nós acreditamos que as parcerias são a melhor forma de alavancar um projeto, por isso todas as ações que realizamos envolvemos pessoas e empresas que possam ampliar o alcance de nossas campanhas”, conta Pedro Berto, líder do projeto e ex-morador de comunidade.
Para a realização da campanha de testes rápidos gratuitos, a parceria na Rocinha se deu com uma clínica localizada na comunidade e que será responsável pela aplicação e pelos laudos, apresentados em 10 minutos. As pessoas que fizerem os testes, também vão receber máscaras caseiras, confeccionadas por costureiras da comunidade da Maré.
A triagem das pessoas será feita por líderes da comunidade por terem estreito relacionamento com os moradores e deve atender quase 100 pessoas. Os testes serão aplicados a partir das 7.30 da manhã.
A arrecadação para os testes veio de pessoas físicas e resultou em quase R$20.000,00. Agora, o projeto busca mais doadores para que possa levar a campanha a mais gente e a alcançar outras comunidades.
O “Favela sem Corona” quer, ao mesmo tempo, prevenir a disseminação da doença e dar apoio a possíveis infectados em comunidades vulneráveis, estabelecendo medidas de colaboração socioeconômica. Com esse objetivo, também foi criada outra parceria com o ‘Brownie de Favela’, pequena empresa da comunidade, e o aplicativo James Delivery.
Os kits com quatro brownies de sabores diferentes, estarão disponíveis para venda no aplicativo James, e o delivery funcionará de acordo com o raio de cobertura na cidade do Rio de Janeiro, que pode ser conferido no próprio aplicativo. O preço de venda é de R$ 30. Com a compra de um kit, outro é doado a uma criança da favela, nessa páscoa.
O projeto “Favela sem Corona” foi criado no final de março, em consequência do avanço da Covid-19 no Brasil e conta com 11 pessoas entre sociólogos, geólogos, professores e profissionais de serviços sociais. Seu objetivo é diminuir o impacto socioeconômico do coronavírus nas comunidades do Rio de Janeiro.