Por Ana Paula Tapajóz via ComTato Assessoria de Comunicação
No universo profissional existem pessoas de todos os tipos: aqueles que preferem uma rotina de escritório, aqueles que gostam de algo mais calmo, mas existem os que gostam de atividades que vão além da zona de conforto, com tarefas mais extremas. Dentre elas está o Alpinismo Industrial, também conhecida como “Acesso por Cordas Industrial”, é uma profissão rara e diferenciada e que tem tido grande demanda de trabalhos em locais altos ou de difícil acesso, não só no Brasil, mas também no mundo.
O Alpinismo Industrial é a técnica de acesso por cordas, que surgiu por meio da escalada do montanhismo e do alpinismo. É utilizada para prestar serviços tanto na área industrial, como na área de construção civil. A profissão se tornou reconhecida como uma especialidade que exige alta capacidade após a criação da Associação Industrial Rope Access Trade Association (Irata), a maior autoridade em trabalho em altura do mundo e referência em Acesso por Cordas Industrial, foi formada no final dos anos 80, no Reino Unido. Atualmente, é o meio mais seguro para realizar operações de resgate na maior parte das empresas de petróleo e gás, fazendas eólicas, mineradoras, estaleiros, construtoras em projetos de engenharia civil, entre outros.
Uma outra modalidade da profissão é o uso de acesso por cordas para trabalhos de manutenção predial, que incluem limpeza de fachadas, pintura e reparos em geral.
Por ser uma profissão bastante arriscada e que requer muita perícia, são poucos os profissionais que atuam nessa área. Hoje, no mundo todo, existem aproximadamente 200 mil alpinistas técnicos Irata, que são classificados de acordo com a formação dada pela associação e pelas horas de trabalho em nível 1, 2 e 3. Poucos chegam ao nível 3.
O brasileiro Luciano Calais é um dos mais respeitados profissionais da área em todo o mundo
Aos 40 anos, Luciano Calais, nascido em Duque de Caxias e hoje morador da Barra da Tijuca, é um profissional nível 3 de grande destaque no cenário de acesso por cordas no mundo inteiro, tendo seu nome reconhecido no meio por se destacar como instrutor numa categoria em que existem apenas cerca de 400 habilitados no mundo todo.
Com mais de 15 anos de experiência na indústria, Luciano Calais já realizou projetos desafiadores, como treinar para a Petrobras os 70 técnicos do Projeto de Resgate Avançado, em espaço confinado sem oxigênio, em refinaria de petróleo.
Além de um profissional Irata 3, Calais recebeu no ano passado o convite para ser auditor de trabalho em altura - existindo cerca de 12 em todo o mundo – e, no mesmo ano, foi convidado para ser Assessor, ou seja, avaliador responsável em aprovar ou reprovar o candidato que tenha passado por uma semana de curso em centro de treinamento certificado pela Irata Internacional.
Luciano executa trabalhos complexos realizados em alto mar, como a movimentação de peças de mais de 10 toneladas em plataformas.
“É de um alto nível de risco. Por isso, exige muito planejamento para ser bem executado e em segurança”, coloca ele, que é conhecido dos programas de notícias das TVs brasileiras, por conta do resgate efetuado no famoso caso da mineradora em Vitória (ES). Foi convidado por uma emissora de televisão para treinar sua equipe e garantir a segurança, por exemplo, da apresentadora que realizou uma demonstração do trabalho de Alpinismo Industrial em um shopping do Rio de Janeiro, além de ter atuado no salvamento da funcionária que trabalhava no alto de uma torre, teve um mal súbito e desmaiou. Na ocasião, por tratar‐se de um local muito alto, o acesso dos paramédicos foi dificultado, e Calais foi chamado com sua equipe para montar um sistema de resgate por cordas.
“Retirou a funcionária com rapidez, eficiência e bastante equilíbrio. Já segura em terra, foi atendida pelos paramédicos e levada ao hospital. Os médicos afirmaram que a eficiência do resgate foi fundamental para que ela chegasse ao hospital com vida”, revela Luciano.