Logo que iniciou a partida Brasil x Costa Rica pude perceber que o Neymar acordou e nem fez questão de pentear o cabelo. E não só isso, percebi que estranhamente seu cabelo perdeu também sua altura. Algo aconteceu. O topete amarelo alto sumiu, e ficou somente um topete "meio que acordei agora e vim jogar aqui na praça do bairro".

O primeiro tempo de Brasil x Costa Rica foi basicamente isso, um branco sem nada a ser dito. Realmente como um paraquedista, nos segundos antes do salto. Mas nesses segundos pude observar que o Brasil parecia que estava manco. Só a perna da esquerda funcionava, ou melhor, tentava funcionar. Porque todos sabem que com apenas uma perna funcionando, acaba que nenhuma funciona bem.

Então começou o segundo tempo de Brasil x Costa Rica. De cara percebi que a "perna quebrada da direita" foi resolvida. Começaram a correr sem mancar. Mas mesmo correndo certo, no final de tudo, ou seja, no gol propriamente dito, sempre que chegávamos lá, era Beisebol. Para quem não conhece as regras do Beisebol, o cara que tem que segurar a bola, tem que segurar a bola, e o cara que joga a bola, tem que acertar a mão do cara. Ou seja, até boa parte do segundo tempo, foi Beisebol. Parecia que os atacantes tinham que acertar com precisão a mão do goleiro da Costa Rica. Beisebol.

Importante ressaltar que Neymar caiu menos. Menos show. Mais preciso em sua arte da expressão de queda. Bem a cara do brasileiro, aquele cara que se aperfeiçoa continuamente só por ser o que é, Brasileiro.

Segundo tempo passando, 20 minutos, nada de Brasil x Costa Rica. Tiro para tudo quanto é lado! Pressão total do Brasil e nada. Eu mesmo, que não sou muito ligado a Futebol, fiquei desesperado. Diria que foi exatamente pelo motivo de eu não gostar muito de Futebol, que me fez ficar desesperado, porque estava já ficando chato. Mas percebi que meu desespero era para que eles conseguissem fazer, mostrar alguma coisa de futebol, qualquer coisa que me fizesse "ter mais vontade" de gostar de futebol.

Outra coisa bacana é o movimento involuntário, igual, sincronizado, único, que todas as pessoas fazem ao "se perder uma grande oportunidade". Me pareceu algo involuntário, controlado por algo superior, pois todos igualmente fazem o mesmo movimento de forma precisa e sincronizada. Quando digo todos, é todos! Aquela mão, subindo ao encontro da testa, virando a face para o céu com os olhos fechados. Explique!

Vamos lá. Vamos continuar nessa saga intergalática do futebol brasileiro. Brasil x Costa Rica!. Aos 27 minutos do segundo tempo, aconteceu algo que até o momento era algo inexistente. Aconteceu um chute para gol. De quem? Neymar é claro! Ou você esqueceu que o Neymar é como um comandante num navio de loucos? Mas não deu certo, ele errou "bem fêiííiim" aquele chute ao gol. E lá foi ele escondendo sua cara, com vergonha sei lá de quê. Porque se ele parar para pensar, ele está fazendo milhares de pessoas se sentarem ao sofá, e terem alguma esperança, já que na política o Brasil anda com as duas pernas quebradas, fissuradas, e na UTI, em recuperação! (otimista? ah, os pessimistas são uns preguiçosos, tenho preguiça em ouvi-los!)

Não posso esquecer daquele pênaulti aos 33 minutos. Neymar com sua arte afiada, em minha opinião, até recebeu a falta, pois a situação era delicada. Havia um ponto de equilíbrio versus força, que foi afetado no momento certo para que ele não conseguisse prosseguir. Será que o movimento dos braços camuflaram a verdade? Em todo caso, para mim foi falta, e também foi arte. A arte da queda, arte de Neymar, a arte prática de enganar o oponente em um jogo de Futebol, em um verdadeiro "jogo" de futebol.

Você viu o soco na bola de Neymar aos 35? O cara ficou "bolado". Mas é isso mesmo. O brasileiro não gosta de engolir uma coisa que ele gosta muito de fazer também. O atacante da Costa Rica ficou na arte da queda, e Neymar ficou "putinho". Lembrou o Raiden! aquele personagem clássico do jogo Mortal Combat.

Continuando nosso segundo tempo de Beisebol, a bola, com muita pressão do Brasil em cima da Costa Rica, continuava precisamente acertando a mão do goleiro, com muita força. Mas quando percebi, virou Vietnã. É guerra! Foi Costa-riquenho caindo pra todo lado. Fizeram tudo para reduzir a velocidade do Brasil em campo. Teve um momento que pareceu até que caiu uma granada no meio deles, e 'ficou tudo lá caido', igual soldados feridos no chão.

Outra coisa legal é que o goleiro da Costa Rica durante todo o tempo, ficou dando aquele soco de duas mãos na bola. Tipo o soco do desespero, soco de Karatê! O cara era bom nesses socos. Mas não foi o suficiente. Mesmo com jogadores bem fechados, com uma defesa bem fechada, não foi possível conseguir a invasão da bola Brasileira. O técnico da Costa Rico até tentou pedir calma aos seus jogadores. 

Então acabou o jogo! Acabou nada! Aos 45 minutos e 30 segundos do segundo tempo, aconteceu um milagre. A técnica utilizada foi a única que eu acredito que seria possível o gol. Toque, toque e toque. Ou melhor, um único toque, outro toque e mais um toque para o gol. Isso se resume em precisão nuclear para invasão de um território, que até o momento parecia ser impenetrável. Mas felizmente o cérebro humano não reaje bem a precisão e velocidade. Foi isso que fez a Costa Rica ficar paralizada durante o lançe, durante a criação do Gol.

A fé permanecia mesmo aos 45 minutos do segundo tempo, sem nenhum GOL! Repito, NENHUM GOL até os 45m29s. Prorrogação? 6 minutos.

Se você pensa que acabou por ai, nã, nã, nã! Eram 6 minutos de prorrogação, então é claro que faríamos um outro Gol, é Brasil! É Brasil porque logo após um balãozinho inesquecível que Neymar aplicou no adversário, aos 30 segundos após o termino da prorrogação (6m30s), ele fez aquele gol, aquele lindo gol meio de canela. Brasil!

Então é isso. Acabou tudo me lembrando o Caldeirão do Hulk. Parecia que Neymar havia acabado de escutar do Luciano: "O lata velha... hoje... é com você!". Sentou e chorou! Buáaaa de felicidade e de tristeza, acredite!

E bom final de semana!