Pensar nas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) – mais conhecidas como Organizações Não Governamentais (ONGs) no cenário atual é pensar na importância da inovação como forma de administrar rotinas e processos internos.
Na parceria com a industria têxtil local o desenvolvimento da coordenação motora fina por meio da produção de tapetes
Pensar nas OSCs na conjuntura atual é pensar na Inovação disruptiva – inovação que sugere a quebra do status quo em seu modelo de gestão, fazendo com que se adaptem as demandas atuais. Demanda que nos remete ao conceito do tripé da sustentabilidade, também conhecido como triple bottom line.
Inovação tecnológica, regras de conformidade aplicadas as organizações do terceiro setor e o novo olhar dos investidores sociais privados
Na perspectiva das Organizações Não Governamentais, ouso chamar de Tripé da Sustentabilidade Econômica no Terceiro Setor. Tripé que ressalta a importância da inovação tecnológica, regras de conformidade aplicadas as Organizações da Sociedade Civil (compliance) e o novo olhar dos ilustres investidores sociais privados (doadores).
ONG gerando renda com a valorização de produtos orgânicos
Importância das doações serem tratadas como componente estratégico
No quesito inovação tecnológica – refiro-me a necessidade dessas organizações considerarem em seu dia a dia os avanços tecnológicos disponíveis na internet. Quanto as regras de conformidade, é a adoção do conjunto de normas legais e regulamentares, detectando e tratando qualquer desvio ou inconformidade nos processoa internos. No que diz respeito aos aos ilustres investidores sociais privados (doadores), ressalto a importância dessas doações serem tratadas de forma estratégica, e como tal monitoradas e mensuradas em todas as etapas do processo.
Visita da Comissão de Intervenção a OSC dedicada ao acolhimento institucional com auditor do Estado João Pizzo
Em recente visita a Organizações da Sociedade da Civil distribuídas pelos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro - no papel de interventor da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA-RJ)*, identifiquei com certa preocupação que muitas dessas OSCs desconhecem os elementos básicos do Tripé da Sustentabilidade Econômica no Terceiro Setor.
Poucas organizações que tinham parceiros privados em seu escopo contábil
Nas poucas organizações que tinham parceiros privados em seu escopo contábil, 60% não usavam das redes disponíveis (WhatApp, e-mail, redes sociais, entre outras) para compartilhar o retorno/impacto gerado com as doações recebidas. Isso quando entendiam de indicadores de impacto, já que muitos não mensuravam seus expressivos resultados.
APAE de Volta Redonda promovendo a valorização da pessoa com deficiência
A mudança de olhar de gestores e lideres dessas Organizações Não Governamentais é mais do que necessária para não cair nas estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo levantamento divulgado pelo Instituto, o número de Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (FASFIL) atuando no Brasil sofreu uma redução de 16,5% - passou de 283,8 mil unidades em 2010 para 237,0 mil em 2016.
ONG dedicada ao Acolhimento Institucional de crianças em situação de risco
Participar ativamente das transformações que as tecnologias impõem na forma como nos relacionamos com o mundo é de vital importância para a Sustentabilidade Econômica no Terceiro Setor.
*A intervenção na Fundação para a Infância e Adolescência do RJ foi decretada pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro.
Leonardo Saboia de Azevedo, pedagogo com especialização em Responsabilidade Social e Terceiro Setor pela UFRJ, atua hà mais de 20 anos como gestor de projetos para a iniciativa privada e organizações da sociedade civil.